21 de maio - Turma A, registrando...
Alguns dias atrás, o Mário Omura criou uma cena a partir da música do Adoniran Barbosa, Trem das Onze, colocando todo o grupo dentro de um imaginário ônibus. Foi muito divertido ver mais de vinte e cinco pessoas, bem juntinhas, cantando e encenando a situação. Essa idéia, formação de um bloco com todos participando de uma mesma situação, foi retomada por nós hoje. Após os rotineiros, mas sempre diferentes, exercícios de consciência corporal, sensibilização dos sentidos, aquecimento vocal e canto, foi solicitado que todas as pessoas subissem ao palco e formassem um bloco, sem deixar espaço algum entre elas. O intuito era muito significativo: ao ter a montagem do espetáculo O Pagador de Promessas como objetivo, temos que pensar coletivamente e não invidualmente. Juntos, cada um contribuindo para o todo, ou seja, várias corpos, fomando um único corpo, várias cabeças, pensando em único objetivo. Compreendido o exercício, fomos à prática. Formado o bloco e após silenciar um pouco a mente e o corpo, cada participante lembrava e falava em voz alta o nome de um personagem do texto. Ao falar, saía do bloco e começava a vivenciar o personagem, observado por quem ainda continuava em formação. Foi maravilhoso ver um a um saindo do bloco, interagindo o seu personagem com os dos outros, sempre com atenção no conteúdo do texto. Várias situação foram cabíveis de registro, como a foto acima: Carmem e Ligia (Zé do Burro e Padre) em uma acirrada discussão sobre religião. Após esse exercício, a grande surpresa do dia: a leitura do texto pelo grupo. E quem é que esquece a primeira leitura, hein? Um momento indescritível e memorável para todos. O texto em mãos, nas cadeiras, no chão e os olhinhos de todos grudados em cada palavra dita/lida, brotando uma profusão de imagens, desejos alcançados. É, como é bom participar disso tudo!